quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Desapego/Descartável

                       Sempre chega um momento da vida que precisamos nos desapegar... seja de uma roupa, um sapato, uma mania, um vício, um hábito, amigos, família, namorados etc. Nesses momentos que percebemos que precisamos nos desapegar sempre rola um flash-back, um sentimento saudosista e com isso adiamos o desapego, e vamos empurrando tudo com a barriga...
                      Mas se pararmos pra pensar nas nossas relações com  tudo no mundo, estamos sempre movidos a interesses, interesse de nos sentir melhor, interesse em status social, interesse em carinho, interesse em atenção, tudo questão de interesses, e não há como fugir, o ser humano é assim, afinal de contas nascemos sozinhos, e morreremos sozinhos, Tom Jobim tenta nos iludir ao dizer que "ninguém consegue ser feliz sozinho", eu acredito que conseguimos sim, mas não queremos, nossos interesses as vezes falam mais alto que a felicidade... Então, quando sugamos tudo que é possível das relações há uma tendencia ao desafeto, desapego, e mesmo sabendo que era tudo baseado em interesses, você se mostra resistente à praticá-lo, porque você não quer ficar sozinho, não quer doar a roupa, não quer deixar de comer/beber...
                   Não quero parecer rude, nem seca e nem fria. Acredito em relações sem interesses externos, onde o reais interesses são estar próximo, dar amor, carinho, cuidar, etc. Mas a cada dia que se passas essas relações vêm diminuindo, e é bem triste. O ser humano têm ficado cada vez mais ríspido e "interesseiro", usando coisas e pessoas de forma descartável.
                    Em todas as suas ações o ser humano vêm agindo de forma descartável... amor, meio ambiente, alimentação, etc. Tudo é mais fácil, tudo é mais seco, tudo é mais frio, e mais descartável...

hoje eu acho que viajei no post, dei uma misturada... mas é isso.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Um empurrão pro escuro...

Eu sempre ouvi a expressão "um salto no escuro" e outras que remetem a mergulhar no desconhecido de cabeça... Mas nunca havia sido alertada sobre ser jogada no escuro, ou empurrada pra algo desconhecido.
Os últimos dias têm me mostrado de forma brusca como é ser lançado num mar escuro, onde você não sabe pra onde ir, nem em que direção nadar, ou até mesmo onde pode pisar...
Sempre (nos últimos 6/7 anos) esperei/sonhei com últimos dias da minha graduação, e nos meus devaneios esses dias eram alegres, floridos, saudosos e cheios de planos, daí eles finalmente chegaram... e o que eu ganhei? uma queda gigante! não estava preparada pra tanta pressão, tantas cobranças, tantos planos desfeitos, tantas decepções, e nenhum saudosismo, nem de longe. A mistura da ansiedade do fim com a angústia de não saber qual o próximo passo têm tirado minhas noites de sono tranquilas, e as tem substituído por horas da madrugada em frente ao computador pensando sobre qual o próximo passo deve ser dado...
Não bastasse toda essa angústia e ansiedade ainda existem as quebras, os rompimentos, as despedidas, os desapegos... e tudo aquilo que pode deixar a situação mais dramática possível.
Mas até agora a pior sensação é de não fazer parte de nada, de nenhuma tribo, de nenhum grupo, o sentimento de "sozinho no mundo", aquela sensação que dá um aperto no peito só de lembrar que o passo seguinte só tem você por você, dentro de uma sociedade que não se importa com nada além do que você tem pra oferecer...


É isso, uma confusão, um misto de sentimentos indescritíveis, que mais geram confusão que alívio e alegria, é a felicidade de ter chegado até o fim, e a tristeza de não saber onde começa o novo começo....

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O Paciente.

                      Fomos, Somos e Seremos sempre pacientes, em todos os sentidos, mas o principal é o conceito de paciente dado pela saúde, aquele em que somos tachados de doentes, enfermos, fracos, dependentes de algo ou de alguém, usuários, clientes, mas sempre Pacientes. 
                           Alguns anos atrás essa palavra era simplesmente ouvida por mim quando necessário, ou seja, quando ia em alguma consulta, ou emergência médica, ou acompanhava algum parente doente. Quando decidi ser profissional da saúde me deparei com esse termo por diversas vezes durante minha formação acadêmica, mas ele era sempre relacionado a alguém que precisava de algo, seja atenção, atendimento, procedimentos. Em outros momentos era dito apenas usuário, cliente, mas em raríssimos momentos ouvi a palavra paciente relacionada ao SER HUMANO, aquele que como eu ou como você tem necessidades além da cura de uma doença, de ser apenas manuseado para alívio de uma dor física, ou qualquer outra coisa que possa ser realizada entre quatro paredes por um profissional de saúde. 
                          Ao chegar ao 4º ano de minha formação comecei a ter contato direto com o tal Paciente, e comecei a me ver em cada um deles, porque cada um que passava deixava algo valioso comigo, e levava algo de mim também, mas nesse momento eram apenas aulas, então o vínculo não era tao bem firmado, ao final desse ano consegui conhecer alguém muito especial, a primeira paciente com quem firmei um vínculo, nos encontramos apenas por 3x, mas parecíamos ser amigas a muito tempo, ao final desses 3 encontros me senti mal por ter que sair da vida dela daquela forma tão abrupta, mas necessária, afinal, eu precisava começar outras aulas naquele mesmo horário.... enfim, fiquei com o coração partido, mas segui mesmo assim, e nunca pensei que estava fazendo uma coisa anti ética ou me envolvendo demais com um Paciente, poque a partir do momento que alguém se abre com você, essa pessoa confiou em você e te deu algo dela.
                     Bom, cheguei ao 5º ano, onde finalmente teria contato direto com os Pacientes e iria finalmente poder ficar com ele durante um maior período de tempo (processo que ainda estou passando), e aí fui de cara pro mesmo local que conheci a Paciente1, mas em dias diferentes do que ela estava, e neste lugar fiz novos Amigos, pessoas queridas que em todos os encontros faziam com que eu me sentisse amada e respeitada, então eu sempre fiz de tudo pra retribuir tamanho carinho. Um belo dia, reencontrei Paciente1, parecia que nunca havíamos deixado de nos falar, conversamos, rimos e nos despedimos, sempre com a vontade de tentar ajudá-la o máximo possível. Além deste lugar de estágio fui mandada pra comunidade, onde também conheci pessoas maravilhosas, uma em Especial, Dona X., que no primeiro encontro me abriu um sorriso e me recebeu de peito aberto, ela tinha muitos problemas de saúde, era uma pessoa muito debilitada, e por isso recebia atendimento domiciliar meu e de uma colega às sextas-feiras, quase toda sexta era uma folia, conversávamos, dividíamos histórias, fazíamos atividades, e em algumas vezes até levei bolo pra ela, estava ali uma relação maravilhosa, ela sempre dava um jeito de fugir da atividade pra conversarmos mais. Então o fim chegou, tivemos que nos despedir de Dona X, mas o fizemos com muito amor e dedicação, a levamos pra igreja, onde a muito não ia devido suas limitações, foi uma manhã de muita emoção e felicidade. Apesar de ter sido nosso último encontro e ter ficado a sensação de que poderíamos ter feito mais, sinto que fizemos o possível, e até um pouco do impossível pra tentar melhorar os dias de Dona X... Outro grupo então começou a atendê-la, e fofa como era, contou pra eles o que havíamos feito, e fez até mais, falou de mim algumas vezes fazendo fofoca, e eu nunca me senti tão feliz em saber que alguém andava fazendo fofoca de mim, porque senti que ela não havia me esquecido... 
                 Dona X. faleceu hoje, recebi essa notícia como uma bomba, mesmo sabendo de todas as suas limitações e tudo que ela sofria, eu gostaria de tê-la visto mais uma vez, pelo menos pra dizer que não a esqueci como ela não me esqueceu, e dizer que jamais verei um Paciente apenas como Paciente, e que ela com suas fofocas sobre mim me deu motivação a tratar meus pacientes cada vez mais como seres humanos, pessoas dignas e inteligentes, que têm limitações porque a vida os fez assim, e não por serem inferiores ou nada do tipo... 
           Ser profissional da Saúde não me tira o direito de conhecer pessoas, fazer amizades e amá-las como meus próximos... Eu sei que como hoje, poderei ficar triste por outras partidas... Mas eu quero correr o risco.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

É tempo de votar, é tempo de Poder...

              É chegada a hora das decisões, chegada a hora do precioso voto e o mais importante, chegada a hora de escolher quem vai ter o Poder!
             Como sempre, no meu papel de observadora sedentária, fico analisando o andar das "coisas", e dentre minhas observações, percebi que as pessoas estão cada vez mais céticas, ou melhor, cada vez menos  enganadas, e me pergunto se isso é bom ou ruim? Porque se as pessoas estivessem sendo menos enganadas e passassem a cobrar que os candidatos as tratassem com mais respeito, e com isso passassem a realmente exercer sua função dentro da sociedade, era uma maravilha, mas ao invés disso as pessoas se conformam e se contentam em votar em quem pode ajudar o irmão, tio, avó, avô... o que mais se escuta é "vou votar no fulano, porque caso fulano não ganhe, sicrano perde o emprego", mas ninguém para pra analisar quantos beltranos poderiam estar trabalhando se houvesse concurso público no lugar dos queridos prefeitos e vereadores colocarem apenas seus conhecidos nos cargos públicos. O que me deixa mais revoltada é saber que a população não está mais sendo enganada, mas age como se estivesse, fechando os olhos de forma proposital pra apenas ganhar algo em cima disso.
           Sou brasileira, nordestina, alagoana e maceioense, não tenho vergonha de onde SOU, mas tenho muita vergonha dessa sociedade, que permite esses absurdos. Parece que o momento é de greve no mundo inteiro, e ninguém se importa. Greve em todos os setores, mas e daí? em outubro tem eleição, se meu candidato ganhar eu tenho meu emprego garantido. Ninguém pensa na possibilidade de uma Revolução, porque esse é o momento ideal para juntarmos nossas forças e mudarmos de vez o Sistema, em meio as greves, em meio as eleições, o país está um Caos, e cada um vive sua vida, como se nd estivesse acontecendo e como se tudo fosse se resolver num piscar de olhos... Espero que pisquem seus olhos por diversas vezes e quando finalmente abri-los vejam um mundo novo, uma sociedade diferente, feita por quem estava de olhos abertos o tempo todo...
     

domingo, 1 de janeiro de 2012

Ano Novo, mas o que há de tão novo?


Ano Novo, Nada Novo, somente o ano do calendário que mudou, os dias são os mesmos, as horas são as mesmas, os meses são os mesmos, e finalmente, as pessoas são as mesmas.
Sempre com muitas esperanças, muitos planos e muitas festas começamos o novo ano, mas no fundo somos as mesmas pessoas fazendo as mesmas coisas, com os velhos hábitos e as velhas manias. Fazendo o que fazemos sempre, vivendo um dia após o outro.
Este final/começo de ano resolvi ficar mais introspectiva, não comemorar muito e nem me exceder em compras/bebidas/festas, resolvi apenas passar o fim do ano como o fim de qualquer outro mês, e surpreendemente nada mudou, hoje é o primeiro dia do ano, e pra mim é como um outro dia qualquer, só que sem a ressaca usual do fim do ano, o que é bem positivo.
Não estando na minha cidade natal pude observar comportamentos diferentes, ontem à noite ouvi muito barulho, muitas buzinas, muitos estouros e muitos excessos, quase não consegui dormi, hoje quando saí pela rua vi que parecia um domingo qualquer, alguns estabelecimentos fechados, outros não, pessoas trabalhando, comendo, bebendo, como se nada houvesse acontecido, e eu pergunto, o que mudou além da data do calendário?