domingo, 5 de janeiro de 2014

Tchau 2013.

Acho que finalmente me despedi de 2013.

Não quero deixar aqui coisas pessoais e íntimas, mas vou tentar passar um pouco das vivencias desse ano tão complexo.

Então deixarei apenas dicas do que aprendi em 2013:

*não se sinta onipotente, você nunca será melhor que ninguém, e a vida sempre vai dar um jeito de te mostrar isso da forma mais dolorosa possível;

*Seja humilde, nunca ache que está numa posição melhor que os outros, ou que sabe mais que os outros, baixe a cabeça, escute, abra a boca apenas pra falar o que tem certeza, e quando o fizer não diminua ninguém;

*seja simpático e agradável, por mais que você ache que simpatia é falsidade, use-a, ela pode te abrir portas e mudar o que os outros pensam em relação a você, e o que os outros pensam IMPORTA muito na sua vida adulta;

*abra sua mente, evite usar a palavra não, ela pode fechar muitos caminhos antes mesmo que você imagine percorre-los;

*não subestime ninguém;

*não deposite todas as suas expectativas em ninguém, as pessoas mudam o tempo todo, inclusive você, evite fazer planos atrelados a outras pessoas, faça seus planos pra você, se outros estiverem presentes no futuro, você os conquistou, se não, nada tens a perder;

*mais agradecimento, menos reclamação. Reclamações atraem coisas negativas;

*Afaste-se daqueles que não te acrescentam, as vezes pode ser doloroso, mas tudo passa;

*Aceite-se. Não tente ser o que você não é só pra agradar aos outros, um dia você acha seu lugar no mundo;

*Evite discussões, a maioria das pessoas que querem discutir com você nem sua importam com sua opinião, só querem te confrontar;

*Ouça sua intuição, por mais louco que você vá parecer, faça o que o seu coração pede, ou que seu instinto desconfia;

*Se liberte, tente não julgar as pessoas, cada um faz o que quer fazer, diz o que quer dizer e pensa o quer pensar, respeite os outros;

*Seja natural, toda beleza vai embora um dia;

*Leia, estude, se interesse, quando você aprender o quanto isso é importante pode ser tarde demais, então não perca tempo.

*AME, ame muito, ame como se não houvesse amanhã, deposite suas esperanças no amor, ele pode doer, te fazer sofrer, chorar, mas sempre vale a pena.




quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Autenticidade.

Mas afinal, o que é ser autêntico?

É falar o que pensa? é vestir o que quer? é ter atitudes incisivas?

Ser autêntico é muito mais que os exemplos acima, quando nos perguntam: você é autêntico? Respondemos com um grande SIM, acreditando que nossas atitudes ou palavras vêm de dentro, acreditamos cegamente que nossas certezas são pura autenticidade, e ás vezes, discordar de alguém ou não usar roupa da mida é ser autêntico. Bom, eu pensava que era isso.

Hoje, após uma discussão muito calorosa e cheia de argumentos e exemplos, entrei em crise existencial. HAHAHAHA, calma. não ganhei um  CID, ainda. Foram levantadas muitas questões, inclusive  sobre pensamentos e sentimentos. Inclusive de que não somos autênticos com a pessoa mais importante da nossa vida, nós mesmos.

Quantas vezes mentimos pra nós mesmos, fingindo aceitar algo que não aceitamos, deixando passar situações que nos incomodam, "perdoando"  quem nos magoou, enfim, uma série de acontecimentos internos que podem nos tirar da zona de conforto nos fazem deixar a autenticidade de lado. Nosso cotidiano nos prende em um caminho em que ser autentico pode levar a loucura, e temos medo disso. Somos pressionados todos os dias a sermos "normais", mas afinal, o que é ser normal? é fingir que as coisas estão bem? é engolir as atrocidades da sociedade? é ficar de "boa" com situações inaceitáveis?

Pois é, é dificil manter a sanidade e autenticidade quando existe tanta pressão pra ser "normal". Quantos loucos prendemos dentro de nós mesmos todos os dias? aquele louco que quer gritar no trânsito, aquele louco que quer se vestir de florido, aquele louco que dizer que ama a pessoa amada, aquele louco que perdoa traição, aquele louco que quer comer tudo que vê pela frente... poderia escrever exemplos de "loucura" a noite inteira...

e aí, quantos loucos você aprisiona pra ser "normal" e "autêntico"?

sábado, 2 de março de 2013

Dublagem

                Ninguém pode dizer que nunca dublou, em algum momento de nossas vidas nós caímos em tentação e dublamos, seja pra conquistar, pra agradar, pra evitar alguma situação embaraçosa, ou até mesmo pra nos sentirmos melhor com nós mesmos.
               Sempre chega o momento da dublagem.
              O problema da dublagem é que chega o momento em que a pessoa se cansa de fingir ou ser algo que não é, e aí começam os problemas, porque nem todos estão preparados pra uma vida sem dublagens, criamos ideais impossíveis de serem alcançados, mas que com a dublagem sempre são satisfeitos.
             Mas claro que em algum momento da sua vida você percebe que não vale a pena dublar, você cansa e quer ser sincero, quer admitir suas fraquezas e ser você mesmo, mas aí, alguém dubla pra você, e aí começa o ciclo sem fim... você volta a dublar, porque alguém que você confiou, dublou pra você... e você não sabe o que é pior: dublar ou ser enganado por uma dublagem... Confuso né? Somos seres insatisfeitos por natureza...

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Novo, de novo

Ganhou a vida, começou a trabalhar
E ganhou dinheiro, dinheiro pra ser feliz
Comprou relógio, comprou vestido, comprou sapato.
Saiu, usou o que comprou, recebeu elogios e voltou.
Recebeu de novo, comprou de novo, saiu de novo
Tudo novo, de novo.
Mesmos hábitos
Sem pensar, sem renovar,
mas tudo novo, de novo.


30/12/2012.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Desapego/Descartável

                       Sempre chega um momento da vida que precisamos nos desapegar... seja de uma roupa, um sapato, uma mania, um vício, um hábito, amigos, família, namorados etc. Nesses momentos que percebemos que precisamos nos desapegar sempre rola um flash-back, um sentimento saudosista e com isso adiamos o desapego, e vamos empurrando tudo com a barriga...
                      Mas se pararmos pra pensar nas nossas relações com  tudo no mundo, estamos sempre movidos a interesses, interesse de nos sentir melhor, interesse em status social, interesse em carinho, interesse em atenção, tudo questão de interesses, e não há como fugir, o ser humano é assim, afinal de contas nascemos sozinhos, e morreremos sozinhos, Tom Jobim tenta nos iludir ao dizer que "ninguém consegue ser feliz sozinho", eu acredito que conseguimos sim, mas não queremos, nossos interesses as vezes falam mais alto que a felicidade... Então, quando sugamos tudo que é possível das relações há uma tendencia ao desafeto, desapego, e mesmo sabendo que era tudo baseado em interesses, você se mostra resistente à praticá-lo, porque você não quer ficar sozinho, não quer doar a roupa, não quer deixar de comer/beber...
                   Não quero parecer rude, nem seca e nem fria. Acredito em relações sem interesses externos, onde o reais interesses são estar próximo, dar amor, carinho, cuidar, etc. Mas a cada dia que se passas essas relações vêm diminuindo, e é bem triste. O ser humano têm ficado cada vez mais ríspido e "interesseiro", usando coisas e pessoas de forma descartável.
                    Em todas as suas ações o ser humano vêm agindo de forma descartável... amor, meio ambiente, alimentação, etc. Tudo é mais fácil, tudo é mais seco, tudo é mais frio, e mais descartável...

hoje eu acho que viajei no post, dei uma misturada... mas é isso.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Um empurrão pro escuro...

Eu sempre ouvi a expressão "um salto no escuro" e outras que remetem a mergulhar no desconhecido de cabeça... Mas nunca havia sido alertada sobre ser jogada no escuro, ou empurrada pra algo desconhecido.
Os últimos dias têm me mostrado de forma brusca como é ser lançado num mar escuro, onde você não sabe pra onde ir, nem em que direção nadar, ou até mesmo onde pode pisar...
Sempre (nos últimos 6/7 anos) esperei/sonhei com últimos dias da minha graduação, e nos meus devaneios esses dias eram alegres, floridos, saudosos e cheios de planos, daí eles finalmente chegaram... e o que eu ganhei? uma queda gigante! não estava preparada pra tanta pressão, tantas cobranças, tantos planos desfeitos, tantas decepções, e nenhum saudosismo, nem de longe. A mistura da ansiedade do fim com a angústia de não saber qual o próximo passo têm tirado minhas noites de sono tranquilas, e as tem substituído por horas da madrugada em frente ao computador pensando sobre qual o próximo passo deve ser dado...
Não bastasse toda essa angústia e ansiedade ainda existem as quebras, os rompimentos, as despedidas, os desapegos... e tudo aquilo que pode deixar a situação mais dramática possível.
Mas até agora a pior sensação é de não fazer parte de nada, de nenhuma tribo, de nenhum grupo, o sentimento de "sozinho no mundo", aquela sensação que dá um aperto no peito só de lembrar que o passo seguinte só tem você por você, dentro de uma sociedade que não se importa com nada além do que você tem pra oferecer...


É isso, uma confusão, um misto de sentimentos indescritíveis, que mais geram confusão que alívio e alegria, é a felicidade de ter chegado até o fim, e a tristeza de não saber onde começa o novo começo....

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O Paciente.

                      Fomos, Somos e Seremos sempre pacientes, em todos os sentidos, mas o principal é o conceito de paciente dado pela saúde, aquele em que somos tachados de doentes, enfermos, fracos, dependentes de algo ou de alguém, usuários, clientes, mas sempre Pacientes. 
                           Alguns anos atrás essa palavra era simplesmente ouvida por mim quando necessário, ou seja, quando ia em alguma consulta, ou emergência médica, ou acompanhava algum parente doente. Quando decidi ser profissional da saúde me deparei com esse termo por diversas vezes durante minha formação acadêmica, mas ele era sempre relacionado a alguém que precisava de algo, seja atenção, atendimento, procedimentos. Em outros momentos era dito apenas usuário, cliente, mas em raríssimos momentos ouvi a palavra paciente relacionada ao SER HUMANO, aquele que como eu ou como você tem necessidades além da cura de uma doença, de ser apenas manuseado para alívio de uma dor física, ou qualquer outra coisa que possa ser realizada entre quatro paredes por um profissional de saúde. 
                          Ao chegar ao 4º ano de minha formação comecei a ter contato direto com o tal Paciente, e comecei a me ver em cada um deles, porque cada um que passava deixava algo valioso comigo, e levava algo de mim também, mas nesse momento eram apenas aulas, então o vínculo não era tao bem firmado, ao final desse ano consegui conhecer alguém muito especial, a primeira paciente com quem firmei um vínculo, nos encontramos apenas por 3x, mas parecíamos ser amigas a muito tempo, ao final desses 3 encontros me senti mal por ter que sair da vida dela daquela forma tão abrupta, mas necessária, afinal, eu precisava começar outras aulas naquele mesmo horário.... enfim, fiquei com o coração partido, mas segui mesmo assim, e nunca pensei que estava fazendo uma coisa anti ética ou me envolvendo demais com um Paciente, poque a partir do momento que alguém se abre com você, essa pessoa confiou em você e te deu algo dela.
                     Bom, cheguei ao 5º ano, onde finalmente teria contato direto com os Pacientes e iria finalmente poder ficar com ele durante um maior período de tempo (processo que ainda estou passando), e aí fui de cara pro mesmo local que conheci a Paciente1, mas em dias diferentes do que ela estava, e neste lugar fiz novos Amigos, pessoas queridas que em todos os encontros faziam com que eu me sentisse amada e respeitada, então eu sempre fiz de tudo pra retribuir tamanho carinho. Um belo dia, reencontrei Paciente1, parecia que nunca havíamos deixado de nos falar, conversamos, rimos e nos despedimos, sempre com a vontade de tentar ajudá-la o máximo possível. Além deste lugar de estágio fui mandada pra comunidade, onde também conheci pessoas maravilhosas, uma em Especial, Dona X., que no primeiro encontro me abriu um sorriso e me recebeu de peito aberto, ela tinha muitos problemas de saúde, era uma pessoa muito debilitada, e por isso recebia atendimento domiciliar meu e de uma colega às sextas-feiras, quase toda sexta era uma folia, conversávamos, dividíamos histórias, fazíamos atividades, e em algumas vezes até levei bolo pra ela, estava ali uma relação maravilhosa, ela sempre dava um jeito de fugir da atividade pra conversarmos mais. Então o fim chegou, tivemos que nos despedir de Dona X, mas o fizemos com muito amor e dedicação, a levamos pra igreja, onde a muito não ia devido suas limitações, foi uma manhã de muita emoção e felicidade. Apesar de ter sido nosso último encontro e ter ficado a sensação de que poderíamos ter feito mais, sinto que fizemos o possível, e até um pouco do impossível pra tentar melhorar os dias de Dona X... Outro grupo então começou a atendê-la, e fofa como era, contou pra eles o que havíamos feito, e fez até mais, falou de mim algumas vezes fazendo fofoca, e eu nunca me senti tão feliz em saber que alguém andava fazendo fofoca de mim, porque senti que ela não havia me esquecido... 
                 Dona X. faleceu hoje, recebi essa notícia como uma bomba, mesmo sabendo de todas as suas limitações e tudo que ela sofria, eu gostaria de tê-la visto mais uma vez, pelo menos pra dizer que não a esqueci como ela não me esqueceu, e dizer que jamais verei um Paciente apenas como Paciente, e que ela com suas fofocas sobre mim me deu motivação a tratar meus pacientes cada vez mais como seres humanos, pessoas dignas e inteligentes, que têm limitações porque a vida os fez assim, e não por serem inferiores ou nada do tipo... 
           Ser profissional da Saúde não me tira o direito de conhecer pessoas, fazer amizades e amá-las como meus próximos... Eu sei que como hoje, poderei ficar triste por outras partidas... Mas eu quero correr o risco.